Para 55% dos recrutadores, empresas em que atuam adotam políticas claras de combate à desigualdade; estudo anterior mostrou 40% com a mesma afirmação
São Paulo, abril de 2022 – Já faz alguns anos que as empresas parecem cultivar uma preocupação genuína em diminuir a desigualdade de gênero em seu quadro de funcionários, apesar do desafio latente de traduzir de forma efetiva as boas intenções em ações afirmativas. Tal cenário dá indícios de evolução, com o crescimento do engajamento das companhias brasileiras em ações afirmativas para a diversidade de gênero no último ano. É o que indicam os resultados da 19ª edição do Índice de Confiança Robert Half, elaborada com base na percepção de 774 recrutadores e profissionais qualificados empregados, ou seja, com 25 anos de idade ou mais e formação superior.
Segundo a pesquisa, 55% dos recrutadores declaram que a sua empresa adota políticas claras para promover a igualdade de gênero no ambiente corporativo. No último levantamento sobre o tema, realizado em fevereiro de 2021, essa porcentagem ficou abaixo dos 40%, o que indica um avanço considerável das organizações. Acompanhando a tendência e demonstrando alinhamento entre empresas e colaboradores, 56% dos profissionais entrevistados reconhecem que as empresas para as quais trabalham contam com ações de combate à desigualdade de gênero.
Principais benefícios da igualdade de gênero no ambiente de trabalho
Para empresas | Para profissionais |
1) Pensamento mais diverso | 1) Pensamento mais diverso |
2) Melhora no clima corporativo | 2) Melhora no clima corporativo |
3) Aumenta a motivação e melhora o engajamento | 3) Fortalecimento da política de atração de candidatos que valorizam a diversidade |
(Fonte: 19ª edição do Índice de Confiança Robert Half)
“Um ponto interessante é que, ao refletir sobre os benefícios da igualdade de gênero no ambiente de trabalho, o pensamento diverso e a melhora no clima corporativo ocupam o mesmo grau de importância, tanto para empresas quanto para profissionais. Contudo, é importante destacar que, para profissionais, o tema é um forte fator de atração de talentos, ou seja, fortalece a percepção de que a companhia é um bom empregador. Em um contexto de mercado no qual os talentos estão cada vez mais disputados, a igualdade de gênero, entre outras ações afirmativas de diversidade e inclusão, assume um papel fundamental na guerra por talentos. As empresas que não se atentarem à questão deixarão escapar profissionais-chave e, consequentemente, um pensamento mais diverso em sua estratégia de negócios”, afirma Débora Ribeiro, Gerente de Parcerias Estratégicas da Robert Half.
O receio em negociar promoções afeta mais fortemente as mulheres
Os dados do ICRH revelam que apenas 34% dos 387 profissionais entrevistados buscaram negociar promoções ou aumentos salariais no último ano. A questão, desafiadora para ambos os gêneros, aparenta ser ainda mais crítica entre as mulheres. Na percepção de 52% dos recrutadores, homens tendem a pedir mais promoções e a negociar mais os salários, na comparação com as mulheres. Ao analisar apenas as respostas das recrutadoras do gênero feminino, esse índice alcança significativos 75%.
Esse nível mais elevado de receio entre as profissionais femininas, no entanto, é confrontado por outro levantamento. Segundo a pesquisa “Perspectivas sobre os Desafios do Pipeline de Liderança”, realizada pela Robert Half e pelo Insper, ao longo do pipeline da liderança é possível observar que mulheres e homens têm o mesmo grau de motivação para ascender na carreira e alcançar cargos de gestão.
Aumento da representatividade feminina em cargos de gestão
De acordo com 73% dos recrutadores, nos últimos três anos, houve um aumento de participação das mulheres em cargos de gestão. Do lado dos profissionais, 69% disseram que, no mesmo período, enxergaram uma maior representatividade de mulheres líderes nas empresas em que atuam.
“Não podemos negar que ainda há um longo caminho pela frente. É imprescindível ter em mente que o recrutamento é apenas a porta de entrada que as mulheres têm para começar a galgar espaço nas empresas. É um bom início, mas não o suficiente para que o ambiente se torne, de fato, inclusivo, principalmente quando falamos sobre cargos de gestão”, conclui Débora.
A sondagem ainda apresenta alguns dados complementares a respeito do panorama geral da temática de diversidade, equidade e inclusão (DEI) nas organizações:
- Conforme 61% dos recrutadores, as empresas em que trabalham vêm promovendo mudanças para desenvolver iniciativas de DEI.
- As principais ações para fomento da temática envolvem: eventos e palestras (59%), treinamentos para apoiar o avanço na carreira de grupos minorizados (45%) e organização de grupos de discussão/comitês (43%).
- Em relação aos processos de recrutamento, apenas 40% das empresas afirmaram ter realizado alterações para garantir maior diversidade e inclusão nas contratações. A principal iniciativa, de acordo com os recrutadores, foi a adaptação dos anúncios de emprego, para atrair talentos mais diversos.
Metodologia do ICRH – A 19ª edição do ICRH é resultado de uma sondagem conduzida pela Robert Half entre 1º e 25 de fevereiro de 2022, com base na percepção de 1.161 profissionais, igualmente divididos em três categorias: recrutadores (profissionais responsáveis por recrutamento nas empresas, ou que têm participação no preenchimento das vagas); profissionais qualificados empregados; e profissionais qualificados desempregados (com 25 anos ou mais e formação superior).
Sobre a Robert Half
É a primeira e maior empresa de recrutamento especializado no mundo. Fundada em 1948, a empresa opera no Brasil selecionando profissionais permanentes e para projetos especializados nas áreas de finanças, contabilidade, mercado financeiro, seguros, engenharia, tecnologia, jurídico, recursos humanos, marketing e vendas e cargos de alta gestão. Com presença global e atuação na América do Norte, Europa, Ásia, América do Sul e Oceania, a Robert Half aparece em listas das empresas mais admiradas do mundo. A Robert Half também é reconhecida por seu compromisso de promover a igualdade e proporcionar uma cultura que apoie a diversidade.